20 de nov. de 2008

craque 90: boiadeiro

Legítimo camisa 8

Toda vez que visito um craque do passado na memória, volto na lembrança mais antiga que tenho dele. No caso de Marco Antônio Boiadeiro, é com a camisa 8 do Vasco da Gama campeão brasileiro de 1989 (o time da foto abaixo) -- armava o jogo ao lado de Bismarck e William e, lá na frente, Bebeto conferia.

Essa data exclui, portanto, a melhor fase de sua carreira, no Guarani, quando jogou ao lado de Evair, João Paulo e Ricardo Rocha -- na inesquecível final do Brasileirão de 1986, por exemplo (eu tinha só sete anos...). Depois, li e vi muito a respeito. Ele é uma das jóias do Brinco de Ouro.

Lembro-me de ser um jogador baixinho, de meias arriadas e de muito fôlego. Camisa 8 legítimo. Pelo menos no meu entender de como jogava esse número naquela época. Explico: é o meio termo entre o cabeça de área limitado e o armador habilidoso. O meia-direita, enfim. Hoje, todo mundo na faixa central do campo é "apoiador".
















O Vasco de 1989. Em pé: Mazinho, Luiz Carlos Winck, Zé do Carmo, Quiñonez, Marco Aurélio e Acácio. Agachados: William, Sorato, Boiadeiro, Bebeto e Bismarck

Chutava bem, mas não era de fazer muitos gols. O mais lindo deles, que me recordo, é pela partida de ida da final da Supercopa da Libertadores de 1992, contra o Racing-ARG, no Mineirão. "Boi, boi, boi, boi, Boiadeiro, faz mais um gol pra torcida do Cruzeiro!", gritava a galera. Pelo time azul, seus colegas de meio eram Ademir ou Douglas, Betinho e Luiz Fernando Flores. Municiou ataques distintos. Na primeira Supercopa azul, em 1991, eram Mário Tilico e Charles Baiano. No ano seguinte, os Gaúchos: Renato (ele mesmo, o atual treinador do Vasco) e Roberto. Ainda teve a honra de, em 1993, atuar com Éder Aleixo na conquista da Copa do Brasil. No mesmo ano, ficou marcado por perder pênalti contra a Argentina, na Copa América em que Parreira convocou predominantemente jogadores que atuavam no Brasil.

Depois, disputou o Carioca de 1994 pelo Flamengo. Lá vestiu a 7 (a 8 era de Marquinhos). Dividia o meio ainda com Fabinho e Nélio. Sávio surgia como titular ao lado de Charles Baiano. Carlos Alberto Dias e Valdeir The Flash eram banco. Muitas feras juntas que viram o Vasco chegar ao tri estadual.

Veio o Timão na vida de Boiadeiro, o último grande ato. Títulos paulista e da Copa do Brasil, mas sem a titularidade garantida. Aí, começou a costumeira peregrinação até encerrar a carreira, em 1998, e ser, de fato, um criador de gado. Era um jogador simples, daqueles que treinam muito e cumprem seu papel. Segundo o Futpedia, fez sete gols em 143 partidas no Brasileirão.

Retrato: reprodução CBF News
Foto Vasco: reprodução seção
Que Fim Levou? (MiltonNeves.com.br)

2 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de ser vascaíno, só lembro do Boiadeiro jogando no Cruzeiro. A musiquinha dele que a Máfia Azul cantava era sensacional.

Realmente, um exemplo de volante à frente do seu tempo: desarmava e saia jogando com precisão, chegando bem ao ataque pra finalizar.

Merece uma homenagem do Cruzeiro, pelo menos.

Daniel Reiner disse...

Com certeza um dos principais responsáveis por embalar meus sonhos de criança em ser um jogador de futebol e minha paixão pelo Cruzeiro. Em 1991,quando ele chegou ao Cruzeiro,eu tinha 9 anos de idade e os 3 anos que se seguiram foram mágicos. 2 Super Copa,1 Campeonato Mineiro e 1 Copa do Brasil.
Boiadeiro foi um dos últimos que faziam valer a máxiam de que prá jogar no meio-campo tinha que ser diferenciado. E ele era.

Me lembro dessa Copa América e como se fosse ontem do jogo contra a Argentina. O Boiadeiro foi o melhor jogador em campo durante o tempo nornal e,infelizmente,perdeu o penalti na decisão.

Merecedora de menção honrosa também é sua passagem pelo AMérica MG onde em 1997 foi um dos principais responsáveis pela ascenção do Coelhão à série A.

Ótimas lembranças! Forte abraço!

 
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