30 de dez. de 2008

corinthians fominha

Verde eles não vestem mais

Pode ver o time-base do Corinthians 2009: com exceção de Ronaldo, os outros dez são remanescentes da Série B. A base é ótima, mas, para não ficarem dúvidas, vieram reforços da elite. Mas Jean, Escudero, Túlio e Jorge Henrique terão que ralar muito para chegar à titularidade.

A contradição está em não ter grana para manter Herrera, um dos destaques de 2008 e ídolo da torcida por sua raça, e pagar R$ 7 milhões por Souza (ex-Flamengo e vindo do Panathinaikos-GRE). Mais: segundo o diário Lance!, já está costurado o acordo para pagar € 8 milhões ao Dinamo de Kiev-UCR, caso o Palmeiras não consiga pagar o mesmo valor para manter o atacante Kléber - o acordo de prioridade na compra vence amanhã, 31/12. O presidente corintiano André Sanchez jura que o Corinthians não tem o valor (cerca de R$ 18 milhões - não tem mesmo!), mas o clube ucraniano gostaria de ver seu jogador ao lado de Ronaldo e poderia facilitar as coisas.

Dessa forma, está feito o plano de contingência para abafar um possível fracasso do Fenômeno em campo: Jorge Henrique, Dentinho, Kléber e Souza são talvez o melhor leque de opções de ataque do Brasil - no mesmo nível, só os são paulinos Borges, Dagoberto, Washington e André Lima.

Fotos: reprodução GloboEsporte.com (Souza - Reuters; Kléber - Lancepress)

mercado da bola

Cadeia alimentar

Nem vou perder tempo com esse papo de baixo nível técnico. É a grana do exterior que leva nossos craques, que se reproduzem como coelhos - e gera mau humor da crônica.

Para o tamanho do bolso dos clubes brasileiros, há uma verdadeira - e saudável - escala de renovação. Acompanhe o raciocínio:

- os clubes paulistas levam os destaques dos cariocas: o São Paulo, um degrau acima dos demais, levou a base do Flu, o Corinthians trouxe craques do Botafogo, assim como o Santos (Lúcio Flávio), que ainda contratou Madson, sobrevivente do rebaixado Vasco.

- os demais grandes clubes fazem a limpa na Série B: Flamengo e Vasco pegaram os destaques do Santo André, o Botafogo contratou Batista (Avaí), o Internacional o destaque do Paraná (Giuliano), entre outros;

- os clubes médios se alimentam dos destaques das Séries B e C;

- todos trocam seus refugos entre si, com empréstimos;

- os clubes de menor expressão do Centro-Sul encontram revelações do Norte-Nordeste (que vão subir degraus da cadeia daqui um ou dois anos);

E a vida segue. E o país do futebol continua sendo o Brasil - em se tratando de talento com a bola, porque de fanatismo e consumo já perdemos o posto faz tempo...

Foto: Willians, volante do Santo André que vai para o Flamengo (site oficial do Ramalhão)

29 de dez. de 2008

brasileirão 2009

O mapa da bola

Apesar da louvável interatividade, a Wikipedia não é a fonte mais confiável. Nem de longe. Mas, vez ou outra, é inevitável recorrer a ela, principalmente quando a fonte oficial é escassa de informações. Nenhum problema, desde que se cruze essas informações com outras fontes (pesquisar, pesquisar e pesquisar...).

Pois passei por lá dia desses e achei boas figuras, reproduzidas abaixo, com o mapa dos Estados representados por clubes nas três primeiras divisões do Campeonato Brasileiro - a Série D abrange o mapa inteiro.

O que se pode concluir: o cenário econômico reflete no futebol - antropólogos e sociólogos têm estudado a fundo o futebol como espelho da sociedade - e por isso o mapa das Séries A e B se restringe ao Centro-Sul e a Estados litorâneos do Nordeste. A salvação para as outras regiões é a Série C, agora com calendário mais completo, mas, ainda, regionalizada.

Aproveitando: para os que não gostam de pontos corridos, boa notícia: as Séries C e D terão mata-mata. A Terceirona, quartas-de-final. Na D, a partir das oitavas. Emissoras de TV como Rede Vida e Cultura poderiam apostar nesses campeonatos.

Série A: 2 pernambucanos, 1 baiano, 1 goiano, 2 mineiros, 6 paulistas (!), 3 cariocas, 2 paranaenses, 1 catarinense e 2 gaúchos

Série B: 2 potiguares, 2 cearenses, 1 paraibano, 1 baiano, 1 candango, 2 goianos, 1 mineiro, 5 paulistas, 2 cariocas, 1 paranaense, 1 catarinense e 1 gaúcho

Série C
: 1 acreano, 2 paraenses, 1 maranhense, 1 cearense, 1 pernambucano, 2 alagoanos, 1 sergipano, 2 matogrossenses, 1 candango, 2 mineiros, 2 paulistas, 2 catarinenses e 2 gaúchos
Imagens: Wikipedia

26 de dez. de 2008

eles têm mercado

Camisas 9 tubaína

É o que mais há disponível no mercado brasileiro da bola. Aqueles centroavantes de ofício, tradicionais, posseiros da grande área, reis do impedimento, os verdadeiros 'quase-gol' - para cada bola na rede, perdem outros tantos.

Entretanto, merecem todo o respeito das arquibancadas. Pois em momentos como este, de negociações, quando os clubes do interior se reforçam, eles são a salvação da lavoura. As estrelas, as contratações de peso, os 'novos matadores'. E, na maioria das vezes, dão conta do recado. Gilson Batata, por exemplo, tem dois acessos seguidos no futebol mineiro, no início da década, por Uberaba e Ituiutaba.

São camisas 9 que fazem seus golzinhos, mas não explodem em times grandes - ou até se destacam, vez ou outra, mas são exceção. Como Robgol, ídolo do Paysandu que desperdiçou grande chance no Santos.

A lista é imensa:
Frontini (apagado no Santos há alguns anos) está no Botafogo de Ribeirão Preto
Finazzi (lembra-se, corintiano?) desligou-se do São Caetano, insatisfeito com o banco
Rodrigão e Washington (pertencem ao Palmeiras) foram emprestados a Guaratinguetá e Vitória-BA, respectivamente
Nunes, do Bragantino, ainda procura seu lugar em um clube grande
Somália, bem no São Caetano e ainda devendo no Flu
Dinei nunca vingou no Atlético-PR, era emprestado e brilhava no Guaratinguetá, foi bem no Vitória-BA e vendido pra fora
Evando só joga bola no Avaí (passou por Peixe e Flu)
Sandro Gaúcho já se aposentou?
Roger destacou-se na Ponte, jogou bem este ano no Sport e continua sem ser aproveitado no São Paulo
E olha que faltam os camisas 9 que foram craques e curtem a curva final da carreira em pequenos times, como Sorato (ainda não parou!), Viola (no Resende-RJ) e, claro, Túlio Maravilha.

Foto: SXC.hu

23 de dez. de 2008

rio x são paulo: estaduais 2009

Não dá pra comparar

Estamos produzindo as revistas-tabela dos Estaduais de Rio e São Paulo. Colhendo informações aqui e ali, conversando com colegas de imprensa de cidades envolvidas, chega-se a alguns paralelos.

No Rio, o times se desmancham no segundo semestre e reforçam, por empréstimo, os que disputam a Segunda Divisão. Aí, voltam, como 'reforços'. Repare: em São Paulo, a Série B nacional é a fonte. Também é comum irem para terras fluminenses atletas do Espírito Santo e há uma grande leva do Distrito Federal também. São Paulo fica de olho no Paraná, no Nordeste, muito mais fortes.

Enquanto o Noroeste trouxe Marcinho, craque do Brasiliense na Série B com nove gols, o Mesquita 'repatriou' seu goleador, Leandro Netto, um golzinho e muitas vaias dos candangos.

Estou viajando nesses paralelos. Não dá para comparar. A maioria dos clubes paulistas da Série A1 brigaria por vaga nas semifinais dos turnos (Taças GB e Rio) com os pés nas costas.

22 de dez. de 2008

flamengo 2009

Aperte os cintos,
torcedor rubro-negro!


O novo ano do Flamengo promete fortes emoções. Pelo menos é que se vê num horizonte sem contratações de peso e a perda de jogadores importantes, como a pouco provável renovação do contrato de Ibson, que termina em junho.

Com todo o respeito ao ótimo desempenho de Herrera na Série B, pelo Corinthians, é uma vergonha para o Flamengo revelar dificuldades financeiras para contratar um jogador de seu nível - esforçado, raçudo, porém, longe de ser um craque. Pensar em Carlos Alberto também é uma temeridade. O turbulento 2008 do meia em suas passagens por São Paulo e Botafogo dizem tudo.

Ou o clube surpreende com um elenco jovem e cheio de vontade - como o recém-chegado volante Willians, do Santo André - ou vai trocar um ano de título estadual e disputa de Libertadores por outro de figuração ou sufoco no Brasileirão. Aguenta, coração!

20 de dez. de 2008

mercado da bola

Botafogo come-quieto

O título não é pelo jeito mineirinho do treinador Ney Franco. Mas por uma das melhores contratações do futebol brasileiro até agora. O Botafogo apresentou o atacante Reinaldo, que foi muito bem no tricampeonato estadual do Flamengo (1999/2000/2001) e fez ótima dupla de ataque com Luís Fabiano no São Paulo, em 2002. Tá, seu auge foi há seis anos, mas o jogador também foi bem em recente passagem pelo Santos (campeão paulista) em 2006. No JEF United, do Japão, fez 14 gols que ajudaram o clube a fugir do rebaixamento. Resumindo: é a primeira contratação de peso do futebol carioca, que está perdendo de goleada para os times paulistas no quesito reforço. Nem a ausência na Libertadores justifica tamanha desvantagem.


O efeito Beckham

A vinda de Ronaldo para o Corinthians acendeu os questionamentos sobre até onde vai a jogada de marketing e quando começa o que, teoricamente, mais interessa: o desempenho em campo. Pois a apresentação de Beckham no Milan fez barulho nos dois quesitos. Primeiro, uma aula de organização, patrocinadores específicos para o evento (o banner atrás do jogador abarrotado de marcas) e a certeza de que muitas camisas 32 serão vendidas nos próximos dias. Segundo, ele está pronto para realmente render no gramado. O apoiador foi enfático em dizer que quer aproveitar ao máximo os pouco mais de 60 dias em Milão. Quer jogar bola. E ele joga. Dá carrinho, corre bastante, chuta como poucos. Parece que o custo-benefício da empreitada rossonera vai funcionar. Enjoy it, David.

Fotos reprodução: Luciano Paiva/UOL Esporte (Reinaldo), Divulgação (Beckham)

18 de dez. de 2008

craque 90: elivélton

O último ponta

Houve um ou outro insistente treinador que escalou pontas no início da década de 90. Ainda pela beirada do campo de ataque, por exemplo, surgiu Sávio no Flamengo, pela esquerda, e o santista Almir arrepiava pela direita. Mas o último jogador a atuar na função de ponta na Seleção Brasileira foi Elivélton.

Xodó no início do trabalho de Carlos Alberto Parreira rumo ao tetra, em 1991, teve um período curto com a Amarelinha, que coincidiu com a época em que arrebentou no Tricolor (apenas 11 jogos pela Seleção, 6 vitórias, 3 empates, 2 derrotas e 1 gol marcado, no Serra Dourada, contra a Tchecoslováquia).

O extrovertido (e gago) atacante surgiu como um furacão no São Paulo, lançado por Telê Santana. Mas nunca se firmou como titular. Nos muitos títulos que ganhou pelo Tricolor, só aparece na foto da Libertadores de 1992. No banco, ganhou Mundial em Tóquio no mesmo ano e taça continental em 1993. Aí, foi para o Japão.

Tornou-se meia, fez golaço do título do Paulistão de 1995 pelo Corinthians e repetiu taça estadual no ano seguinte pelo rival Palmeiras. Em 1997, mais um gol de título: Libertadores, Cruzeiro, chute cruzado de direita no cantinho do Sporting Cristal. Aí, rodou o Brasil, cigano dos bons. Foi ala esquerda na Ponte Preta, sempre com muito fôlego. Jogou na Bahia, no Triângulo Mineiro, no Mato Grosso e... ainda não parou! Aos 37, vai disputar a Série A3 paulista pela Francana (foto).

Sem os dribles de 17 anos atrás, mas com o mesmo amor pela bola.

Fotos reprodução: Shaun Botterill/Allsport (Seleção) e Futebol Interior (Francana)

mercado da bola

De tricolor pra tricolor

Washington e Junior César confirmados. Arouca com a mão na caneta. Conca na lista dos desejos. A derrota nas quartas-de-final da Libertadores para o Fluminense marcou o São Paulo mais do que se imaginava. Reforços vindos das Laranjeiras podem chegar aos montes na Barra Funda.

Essa migração de um tricolor para o outro mostra que o clube carioca realmente tinha um elenco forte e só não chegou mais longe no Brasileirão pelo trauma da derrota para a LDU na final continental. Mostra que o São Paulo tem grana para movimentar o mercado interno. E que em 2009 o tetra da América é a prioridade máxima. Já escrevi há alguns dias: alguém segure o São Paulo!

17 de dez. de 2008

dinheiro e futebol

Gastos salariais dos clubes em 2008

O site português Futebol Finance é cada vez mais citado como fonte em matérias que envolvem dinheiro no principal esporte do mundo - hoje mesmo veio em matéria do Meio&Mensagem, referência no meio publicitário brasileiro. O conteúdo é interessante, vale conferir.

Passeando por lá, vi o ranking dos "custos com pessoal" (em português luso) dos clubes brasileiros, isto é, quanto gastaram com salários este ano. Converti os euros para reais na cotação de hoje e cheguei à folha mensal (arredondando, claro). São dados interessantes para ver que:

- Palmeiras e Flamengo tiveram um ano frustrante em relação ao que gastaram
- o orçamento do Vasco era do tamanho de suas ambições...
- os números provam que Celso Roth tirou leite de pedra de um elenco limitado, no Grêmio
- o salário mensal de Kaká (2,4 milhões de reais) é equivalente ao que o São Paulo gasta todo dia 30 com seu elenco

Vamos ao ranking (folha salarial mensal em 2008):

1 Internacional - R$ 3,5 milhões
2 Palmeiras - R$ 3,1 milhões
3 São Paulo - R$ 2,5 milhões
4 Santos - R$ 2,2 milhões
5 Flamengo - R$ 2,2 milhões
6 Fluminense - R$ 1,85 milhão
7 Cruzeiro - R$ 1,65 milhão
8 Atlético-MG - R$ 1,3 milhão
9 Botafogo - R$ 1,3 milhão
10 Atlético-PR - R$ 1,1 milhão
11 Coritiba - R$ 1 milhão
12 Grêmio - R$ 930 mil
13 Sport - R$ 875 mil
14 Vitória - R$ 875 mil
15 Goiás - R$ 770 mil
16 Náutico - R$ 690 mil
17 Vasco - R$ 640 mil

Foto: Investimento do Colorado em D´Alessandro já rendeu a Sul-Americana
(Lucas Uebel/Vipcomm)

16 de dez. de 2008

rio x são paulo

Goleada paulista

Ter cinco dos seis títulos do Brasileirão na era dos pontos corridos e chegado em seis das últimas dez finais de Libertadores são apenas dois sintomas da superioridade do futebol paulista. Aos cariocas, nesta década, as migalhas: um vice de Libertadores (Flu, 2008) e duas Copas do Brasil (Fla, 2006 e Flu. 2007). E a tendência é a supremacia bandeirante aumentar.

Basta ver como os times estão contratando. Ainda não houve um anúncio de reforço por parte dos grandes do Rio. Exceção feita ao sonho rubro-negro de contar com Adriano - que até pode se concretizar - até as especulações paulistas têm mais peso. Senão, vejamos:

Conca no São Paulo (e o Flu mais fraco), Lúcio Flávio (e Bota mais fraco) e Alex Mineiro no Santos e Verón no Corinthians. Só o Palmeiras está vacilando, mais preocupado com as eleições que se aproximam no clube.

Enquanto isso, o Botafogo quer Lenny, refugo do outro lado da ponte aérea...

sport: roupa nova

Mania esquisita

Eu já questionei isso algumas vezes e não me canso de repetir: porque é que alguns clubes, quando chegam na competição mais importante de sua história, não a disputam com seu uniforme tradicional?

Foi assim com o Corinthians no Mundial de 2000 (o escudo no peito e a camisa preta sem as finas listras brancas). Também com Goiás e Figueirense na Sul-Americana (ambos com listras horizontais, lembra?). O Cruzeiro recentemente com aquele horrendo uniforme com dois tons de azul na Libertadores - e o número dourado, outra aberração que virou moda e complica a vida dos locutores. Há mais exemplos.

Chegou a vez do Sport. De volta à Libertadores depois de 21 anos, o clube pernambucano apresentou a camisa dourada que vestirá no torneio continental. Bonita, sem dúvida. Mas de tradição zero. Aposto que o torcedor preferiria ver os jogadores suando o uniforme rubro-negro na Bombonera e em outros palcos da América.

Camisa diferente é boa para vender, mas não há necessidade de ela estar sempre no campo. O Palmeiras segurou a onda no verde-limão e o Corinthians só jogou duas vezes de roxo. E o São Paulo nunca entrou em campo com aquela toda preta - só Rogério Ceni. Nem por isso esses uniformes especiais deixaram de fazer sucesso nas lojas.

Foto: reprodução site oficial Sport

15 de dez. de 2008

mercado da bola

Todos têm comando

Os 12 principais clubes do país já têm seus treinadores confirmados. O último martelo batido é Émerson Leão. Ainda adorado no Atlético-MG, terá finalmente uma nova chance de iniciar um trabalho em um clube, com pré-temporada, e não assumindo time desesperado.

Foi muito bacana o Santos reconhecer o trabalho de Marcio Fernandes. Já Cuca, no Flamengo, é uma incógnita. O Rubro-Negro trocou um treinador com postura elogiável, trabalhador e discreto, por um supersticioso e emotivo amigo da boleirada. E Dorival Junior tem ótimos trabalhos recentes que o credenciam a ajudar a reerguer o Vasco.

alô, dunga!

Quem é esse cara?
















Ele é o cara. Já é faz tempo. Os dois gols no clássico contra o Milan são apenas a amplificação do que a Europa já sabe: Amauri está chegando no nível de Ibra, Drogba, Eto´o, Torres e demais. Isto é, no nível de atacantes de seleção, titulares de seus países. Mas, qual é o país dele? A resposta caberá a Dunga.

Ainda dá tempo de vestir a Amarelinha. Apesar de a papelada estar no jeito para o camisa 8 da Juventus naturalizar-se italiano e defender a Azurra, dá tempo de Dunga dar uma chance a Amauri. Quem já convocou Afonso Alves e Bobô é obrigado a chamá-lo, como também poderia ter recorrido a Kléber Pereira.

Se bem que uma convocação para a Seleção Brasileira causaria uma grande dúvida na cabeça do atacante. Pela Itália, será ídolo incontestável - ele já tem muita identificação como país da bota. Pelo Brasil, seria apenas mais um, de titularidade contestada. Basta uma má atuação para cair no esquecimento do trienador - mas perder a chance de atuar por outra nação.

O que não pode acontecer é os brasileiros ficarem se perguntando como teria sido. Deco saiu daqui perna-de-pau, desabrochou em Portugal e Felipão já tinha o time da Copa de 2002 montado, grupo fechado. Mas, com Amauri é diferente: ele está pronto, fazendo gols, é superstar no Velho Mundo.

Enquanto Ronaldo sonha com o Mundial na África do Sul, Amauri é nome certo. Resta saber com qual camisa.

Foto Juve: reprodução Uol Esporte (AFP Photo/Giuseppe Cacace)
Amarelinha: arte sobre foto

13 de dez. de 2008

time imaginário: laterais-esquerdos

Equipe sinistra!

Vai ser arte desta vez pela falta de tempo. Abaixo, escalo um time só de laterais-esquerdos, atuando nas posições pelas quais se espalharam durante a carreira - exceção ao "goleiro" e ao meia que virou lateral.

goleiro
RONALDO LUÍS:
de tanto tirar bola em cima da linha em partidas decisivas do São Paulo, merece a lembrança. Em entrevista para nossa revista de Jogos Inesquecíveis, contou que não era sorte, ele se preparava para estar ali.

lateral-direito
MARCELO SANTOS:
esse eu sou testemunha ocular. No Paulistão 2006, pelo Noroeste, o jogador canhoto assumiu o lado direito quando Paulo Sérgio (ex-Palmeiras, Grêmio e novo contratado do Vasco) quebrou o braço. Deixou um especialista da função no banco: Reginaldo Araújo, ex-Coritiba e campeão carioca de 2004 pelo Fla. Quando Paulo Sérgio se recuperou, demorou a reassumir a camisa 2.

zaga
NILTON SANTOS: tão bom quanto lateral, teve a sensibilidade de perceber que o jovem Rildo voava pela esquerda e assumiu o miolo da defesa do Botafogo com toda sua experiência.
MALDINI: já foi citado por vários atacantes consagrados como o defensor mais difícil de ser driblado.

lateral-esquerdo
JORGE WAGNER: quando Muricy Ramalho desistiu de usar o camisa 7 do São Paulo na armação e o recolocou na beirada do campo, o Tricolor encontrou o caminho do hexa.

volantes
JÚNIOR: o Capacete já usava a camisa 5 mesmo nos tempos de lateral-esquerdo. Provavelmente, previa que iria brilhar no meio-campo. Arrebentou assim na Itália e, quando voltou para o Flamengo, em 1989, atuou um pouco mais adiantado.
ZÉ ROBERTO: modernizou-se no futebol alemão, com seu pulmão e sua habilidade. Quando se fala de "volante pelo lado esquerdo", seu nome é o primeiro que vem à cabeça. Mas nada se compara a sua temporada como meia-atacante vestindo a 10 do Santos. Foi mágico.

meias
MAZINHO: atuou nas duas laterais do Vasco, no início da carreira, e se destacou na esquerda no bi estadual (1987/88) e no Brasileirão (1989). Depois, virou camisa 8 clássico no Palmeiras (ganha tudo) Parmalat e roubou a posição de Raí (camisa 10 e capitão) durante a Copa do Mundo de 1994.
FELIPE: camisa 6 do Vasco nos títulos nacional (1997) e continental (1998), arrebentou vestindo a camisa 10 rubro-negra no Estadual de 2004. Usava o drible e o passe açucarado como suas armas. E ainda fez uns golzinhos.

atacantes
SERGINHO: no Milan, foi usado praticamente como ponta-esquerda em certos momentos. Dessa forma se firmou como titular no fim da década de 90. Depois, com o clássico 4-4-2 efetivado, voltou à lateral e foi perdendo espaço aos poucos.
LEONARDO: também no Rubro-Negro italiano, atuou como atacante mesmo na Liga de 1998/99, fez 12 gols e ajudou o clube a ganhar o scudetto no ano de seu centenário. Com isso, entrou para a história e, não à toa, é dirigente por lá, hoje.

técnico
VANDERLEI LUXEMBURGO: era lateral-esquerdo. Segundo ele, dos bons. Mas passou anos à sombra de Júnior, no Flamengo.

12 de dez. de 2008

fenômeno corintiano

Ronaldo, prepare os ouvidos

A festa acaba hoje. Pelo menos para o Corinthians. A torcida pode festejar, comprar camisa. O time tem que treinar forte, pesado, principalmente o Fenômeno - para encarar os gramados acanhados e irregulares de Bragança Paulista, Marília, Guaratinguetá e Mirassol. Coisa que o Imperador Adriano fez, com louvor.

Por mais que se tenha pedido paciência na apresentação, a partir do momento em que o time precisar de resultados (leia-se classificação para jogar a Libertadores no ano do centenário) e, consequentemente, de gols, a cobrança virá.

Com a experiência que tem e o talento inegável, Ronaldo só precisa de uma coisa: estar em forma. Porque um jogador de 32 anos no século 21 não é nenhum idoso, ainda tem lenha pra queimar.

Torço por ele, como torço por Ronaldinho no Milan e por Adriano na Inter. E por qualquer outro grande atleta que deseja continuar. Só a ele cabe saber a hora certa de parar. Pelo visto, e pela festa da fiel torcida, falta muito tempo pra isso.

Foto: reprodução Uol Esporte (Diego Padgurschi/Folha Imagem)

11 de dez. de 2008

nas bancas

Homenagens a Pelé e Zico



















A Editora Alto Astral está cada vez mais contribuindo com a memória do futebol brasileiro. Melhor ainda: por preço muito acessível, isto é, muita informação, algumas moedas e um custo-benefício gigantesco.

Como editor das revistas, sou suspeito para falar. Mas sugiro que vá conferir nas bancas - e pode cornetar sobre o que não gostar. Já publico aqui uma ERRATA: a data de nascimento do Rei está errada (é 23/10, e não 26). Um erro feio, mas perdoável, culpa do teclado. Melhor do que tratar a contratação do Fenômeno como piada e, depois, virar piada - não é cutucada de concorrente, é lamento de um leitor de Placar desde a infância, que julgou arrogante a postura desse patrimônio da imprensa esportiva no assunto Ronaldo-Corinthians. Tão patrimônio que importantes cronistas que fazem parte da história da revista ainda não se pronunciaram a respeito em seus blogs. Virou assunto de cochicho e case para os bancos da universidade.

Capas de Wilson Monaco Jr.

futebol 2009

Alguém segure o São Paulo

Se o meia Conca e o centroavante Washington vierem, o São Paulo já está pronto para 2009. Ainda mais porque Muricy pretende focar o time na Libertadores, fazer amistosos em excursão pela Europa e deixar a molecada jogando o Paulistão.

Claro que o racha com a Federação Paulista ajudou nessa decisão, mas era um desejo antigo do Tricolor planejar uma pré-temporada ao melhor estilo europeu.

Times-base 2009

A partir de amanhã, aí na lateral do blog, estarão disponíveis os times-base dos principais clubes brasileiros. Serão atualizados diariamente, mas apenas com reforços confirmados, não com especulações - estas serão tratadas neste espaço, inclusive com divertidas fotomontagens.

Foto: Fotocom.net

10 de dez. de 2008

fenômeno corintiano

Efeito Nike?

O Flamengo está brigado com sua fornecedora de material esportivo, a Nike. Rompeu o contrato, vestiu outra marca, a Olympikus (com a famosa estampa ???), e foi obrigado a recuar por força judicial.

O Corinthians também chiou muito com a suposta má prestação de serviço da Nike. Ao contrário do Flamengo, não rasgou o contrato. Pelo contrário, o acordo vai até o fim de 2009, por R$ 5,5 milhões anuais.

A Nike tem Ronaldo como seu patrocinado vitalício. Quer que seu produto volte a ter visibilidade. O Corinthians é um fenômeno de mídia e veste sua marca. Roupa que a Seleção Brasileira também usa. Ronaldo quer a Amarelinha. O Timão queria Ronaldo. Os interesses se cruzaram, é bom para todos os envolvidos. Acho que esses motivos explicam mais a transação do que o fato de o clube carioca ter dormido no ponto.

A multinacional já manifestou não ter se envolvido na negociação do atleta. Financeiramente, pode até ser que não. Mas é muito difícil não ter havido nenhuma influência.

Fotos: Divulgação ZDL

9 de dez. de 2008

fenômeno corintiano

Ronaldo no Timão: vai dar certo?

No caso do Fenômeno, não há outro jeito: só dando a oportunidade de ele jogar para sabermos. no Milan, seu último clube, teve boa sequência até se contundir. E mais: melhor do que Finazzi, até com uma perna só. Não corre como Herrera, mas finaliza infinitamente melhor.

A crônica já questiona o marketing sobrepondo o campo de jogo, como a jogada do Milan em contar com Beckham. Mas, que clube não faria tal aposta? O Flamengo está numa dor de cotovelo danada e Adriano era uma grande incógnita no início deste ano no São Paulo - ok, é mais novo e sem histórico de lesões graves, mas ressurgiu das cinzas.

O único que pode ficar desconfiado a respeito das condições físicas do Fenômeno é o torcedor corintiano, exatamente o que deve estar mais eufórico. E só o Corinthians e o próprio Ronaldo correm riscos. Se os calcularam ou não, problema deles. Para quem gosta de futebol, de ídolo, de estádio cheio, é uma ótima notícia. Torcedores de outros times e a mídia devem comemorar a movimentação que R9 trará - numa proporção até maior do que o Imperador. E nem digo somente financeiro, mas de saudável rivalidade e preocupação dos clubes em também trazer nomes de peso.

Bom retorno, Fenômeno!

Arte sobre foto (reprodução AP)

8 de dez. de 2008

brasileirão 2008

A Seleção do blog

Oito atenciosos leitores deram sua opinião. Quatro goleiros empataram com dois votos e tomei a liberdade de desempatar para Victor, por ser o personagem máximo do vice-campeão, enquanto Rogério Ceni dividiu os holofotes este ano. Na zaga, também foi preciso escolher entre empatados - deu André Dias. Vamos ao time:

Victor (GRE)
Vitor (GOI)
André Dias (SPO)
Miranda (SPO)
Juan (FLA)
Pierre (PAL)
Ramires (CRU)
Hernanes (SPO)
Alex (INT)
Keirrison (CTB)
Kléber Pereira (SAN)

Alex e Hernanes foram as duas unanimidades.

7 de dez. de 2008

dança dos números

6-3-1-2

Ano passado, com a discussão da taça das bolinhas quente, o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, afirmou que o Tricolor era o único pentacampeão porque a CBF, principal entidade do futebol brasileiro, assim afirmava - creditando o título de 1987 ao Sport.

Entretanto, poucos dias depois a Fifa, principal entidade do futebol mundial, afirmou que campeões do mundo de clubes, apenas a partir de 2000, com o Corinthians. Portanto, a camiseta comemorativa deveria trazer a sequência 6-3-1-2 (6 Brasileiros, 3 Libertadores, 1 Mundial e 2 Intercontinentais) e não 6-3-3.

Eu não concordo, para mim o São Paulo é tricampeão mundial, assim como o Flamengo é pentacampeão brasileiro. Fica a provocação, apenas para questionar os dois pesos e duas medidas da postura tricolor.

brasileirão 2008

O favorito ao hepta
















Contar a história do São Paulo tricampeão brasileiro - somando seis vezes - é desnecessário. Afinal, é a mesma de 2006 e 2007. Vale apenas um resumo da fórmula do sucesso, previsível, mas difícil de ser combatida: muito treinamento, forma física tinindo, defesa sólida, bola parada perigosa. Mais: clima de trabalho excelente, vaidades controladas, premiações turbinadas, salários rigorasamente em dia. E, principalmente, a valorização do treinado, dar-lhe a oportunidade de planejar, enxergar a longo prazo.

E não vale falar do gol impedido de Borges. O título não se decide na última rodada, que é apenas mais uma das 38. Resta aos demais torcedores reconhecer e aturar. Rogério Ceni, Muricy e companhia têm a fórmula.

Por tudo isso, o Brasileirão 2009 já tem um favorito: o São Paulo Futebol Clube. É um clube pronto, acabado, fadado ao sucesso. O resto é que tem que correr atrás.

Foto: Gaspar Nóbrega/Vipcomm

6 de dez. de 2008

na estrada

Volto domingo

Estou indo a Sampa, casório na família. Sábadão sem post, provavelmente. Mas domingão, depois do fim do Brasileirão, volto comentando o desfecho desse emocionante campeonato e ('pan, pan, pan, pan...'), com a capa quentinha, em primeira mão, da revista-poster do campeão brasileiro que será lançada na segunda-feira na cidade do grande vencedor.

Nota posterior (9/12/2008): ainda não pude reproduzir as capas das revistas-retrospectiva do Brasileirão, mas já estão nas bancas. Logo tem post.

Até, então.

Abaixo, momento fora do fut: eu com o Grupo Sereno. O DVD deles está saindo do forno e logo, logo, vocês os verão no Faustão. São gente boa, merecem sucesso. E tocam um inusitado samba com moda de viola caipira. Show de bola.
(Foto: Vinícius Paraíba)


5 de dez. de 2008

brasileirão 2008

Ah, os números...

Até nisso o sistema de pontos corridos é bom: dá infinitas possibilidade de análises. Uma bem inusitada foi publicada hoje pelo Uol Esporte. Os repórteres Renan Prates e Thales Calipo simularam a classificação do Brasileirão valendo apenas os 45 minutos iniciais das partidas. Daria Internacional. A reportagem enaltece o 'feito' colorado.

Cada um interpreta números como quiser. Para mim, é o contrário: mostra que o Inter foi incompetente, pois deixou de ganhar pontos por não manter o resultado construído na primeira etapa. E prova a excelência do São Paulo, que tem apenas 61 pontos (72 na vida real) no hipotético levantamento. Isto é, sabe correr atrás do preju, tem preparo físico para tanto.

Com respeito aos colegas, caberia tranquilamente em 'Notícias que vão mudar o mundo', do Kibeloco.

4 de dez. de 2008

corinthians 2009

Do jeito que a fiel gosta

Uma coisa é certa: não vai faltar dedicação. A torcida corintiana, que se identifica com jogador raçudo que se entrega em campo, pode comemorar a chegada do volante Túlio, que já fez exames médicos e está apto a defender o Timão em 2009.

A princípio, disputa posição com Cristian, porque Elias é o cara. O mais importante, entretanto, é ter um elenco encorpado e de qualidade, pois, da avalanche de volantes deste ano, pouca coisa sobrou. O prata-da-casa Nilton ainda merece oportunidades e ainda aposto no jovem canhoto Marcelo Oliveira.

Enquanto Martinez, Ronaldo Fenômeno, Tcheco e Kléber Pereira apenas povoam os sonhos alvinegros, Túlio já é realidade. E das boas.

Foto: Guilherme Prado/Divulgação Corinthians

nas bancas

Até que enfim!

Depois de plantões frustrados de Grêmio (2007) e Fluminense (este ano), finalmente uma final continental que vira revista-pôster. Amanhã mesmo os gaúchos poderão comprar esta revista que editamos no plantão do qual me despeço agora. Vou dormir. Sentindo-me campeão também, apesar de não ser colorado. Botou o crachá, jornalista tem que ser assim: Editorial Futebol Clube.























Capa de Wilson Monaco Jr.

sul-americana 2008

América colorada, de novo

Ufa! Tinha que ser no bate-rebate. O goleiro Anduja, do Estudiantes, é mortal, não repetiria milagres até o final, tamanha a pressão do Internacional. Vale muito esse título para mudar a referência da Sul-Americana, tornar-se nossa 'Copa Uefa latina'. Vale, ainda mais, para premiar o melhor elenco do Brasil, que, se não demorasse a engrenar, estaria brigando pelo título nacional. E vale por ver Nilmar, um cara que tanto chorou pelos joelhos lesionados, sorrir por um gol tão importante.

Na raça - e no talento - o Colorado buscou incessantemente o gol. D'Alessandro e Nilmar puderam pressionar a defesa argentina porque a retaguarda do Inter assim permitiu - quatro zagueiros-zagueiros que fizeram uma linha impecável - Bolivar surpreendente na direita, o menino Danny Morais cheio de personalidade, Álvaro sendo o zagueiraço que prometia ser no início da década e Marcão, a regularidade de sempre. E o perseguido Tite livrou-se do rótulo gremista e entrou para a história.

Parabéns, torcedor colorado! O ano do centenário não poderia começar melhor!

Foto: Lucas Uebel/Vipcomm

3 de dez. de 2008

craque 90: taffarel

Sai que é dele

Galvão Bueno acabou utilizando o bordão com outros goleiros, mas o 'Sai que é sua, Taffarel!' está tão eternizado quanto o 'Ayrton Senna, do Brasil!'. Segundo o próprio narrador, a fala surgiu em um momento de desespero, mas à medida que a Seleção jogava, o camisa 1 interceptava as bolas cruzadas - e pegava pênaltis.

Enquanto foi o principal camisa 1 do Brasil - titular por cerca de dez anos - Taffarel foi muito criticado, rotulado de frangueiro. Ainda bem que o tempo faz justiça. Hoje, todos se referem a ele da maneira correta: um goleiro calmo, seguro, bem-colocado. Tanto que é o goleiro mais lembrado pela boleirada que elege seus onze na seção 'Meu time dos sonhos', da Placar.

Como sou fã dos controversos e dos perseguidos - como Rubinho Barrichello - sempre gostei de Taffarel e o defendia nas discussões da molecada. E olha que sua fase mais espetacular e milagrosa, pelo Internacional, eu era pequeno e pouco vi. Fiquei triste quando ele falhou contra a Bolívia, em 1993.

O currículo tem poucos troféus, mas significativos: a Copa do Mundo de 1994, Copa da Uefa pelo Parma (na reserva, por ser estrangeiro), Estadual e Conmebol pelo Atlético-MG (grande ídolo da Massa) e, para mim, o mais importante, por ser na curva final de sua vitoriosa carreira, a Copa da Uefa de 1999/2000, pelo Galatasaray-TUR, pegando pênalti na decisão. Fora isso, reconheçamos que bem antes de Júlio César, Doni, Gomes, Renan e companhia, ele foi atuar na Europa.

Se Gilmar dos Santos Neves me permite, aqui está o camisa 1 da minha Seleção Brasileira de todos os tempos.

Foto taça: Reprodução Fifa.com
Foto Galatasaray: Reprodução BBC Sports

2 de dez. de 2008

palmeiras: nova camisa

Com meses de atraso

Só agora o Palmeiras colocou o escudo da Federação Paulista de Futebol, por ser o atual campeão estadual. O uniforme continua o mesmo, a única inovação é o escudo da FPF na frente da camisa - a maioria dos clubes costuma usar nas mangas.

Coincidência ou não, sempre que um rival está perto de festejar caneco, outro dá um jeito de aparecer. Seja reivindicando título antigo ou lançando camisa nova.

Aliás, apesar da tradição desse verde em tom mais forte, achei bem feia essa camisa. A mais bonita que a Adidas fez para o Palestra ainda é aquela de 2006, quando a fornecedora voltou ao clube - e Edmundo também.

Foto: Divulgação

melhor do mundo

Cristiano Ronaldo leva a prévia

A Bola de Ouro da revista France Football não costuma ser diferente do jogador do ano da Fifa - desde que o prêmio da entidade máxima do futebol foi criado, os vencedores coincidiram em dez das 16 edições - e nos últimos quatro anos. Comparando com outros campos, é um aproveitamento bem melhor do que o do Globo de Ouro em relação ao Oscar, no cinema, e ao Estandarte de Ouro de O Globo em relação ao resultado oficial do carnaval carioca, por exemplo.

Isto é: Cristiano Ronaldo deve levar o prêmio de melhor jogador do mundo, pela Fifa. A edição especial da France Football que traz o vencedor de seu tradicional troféu foi lançada hoje. As escolhas nos últimos anos não se resumem à atuação em campo, mas às conquistas. Ele ganhou a Champions, a Liga Inglesa e foi o artilheiro do ano na Europa. Aí, fica difícil de bater, apesar de Messi, ainda inconstante fisicamente, encantar mais.

Por mais que mereça, não consigo me esquecer do pênalti que desperdiçou na disputa final da Champions, contra o Chelsea. Fico pensando se John Terry acertasse sua cobrança - e o Manchester perdesse aquele título - se os eleitores do prêmio mudariam de idéia... O certo é que ninguém despontou em uma temporada brilhante, como Kaká ano passado e Ronaldinho em 2005.

Imagem: Reprodução

1 de dez. de 2008

flamengo: caio júnior

Ele merece defesa?

Sim, merece. Talvez agora não fosse o momento, com o torcedor rubro-negro irritado com a iminente perda da classificação para a Libertadores. Mas falar depois que os ânimos se acalmaram é fácil. Então, vamos lá.

Caio Júnior perdeu vaga para a competição continental no ano passado, pelo Palmeiras, na última rodada, jogando no Parque Antarctica. Ontem, no Maraca, o Flamengo se complicou na disputa. Ok, mas vejamos por outro ângulo: são três anos seguidos que o treinador briga no topo da tabela do Brasileirão - em 2006, comandou o modesto Paraná rumo à Libertadores. E mais: treinando os três times desde o início do campeonato, o que é uma façanha no futebol brazuca.

Também se deve valorizar profissionalismo, postura diante da imprensa, relação cordial com os jogadores. Nisso, ele também é bom. E o seu 'dia do fico', quando recusou proposta milionária das arábias, foi um exemplo importante de comprometimento.

Segundo adiantou a imprensa carioca, ele deverá se mudar para o Japão ano que vem. A maioria dos torcedores do Flamengo dirá 'já vai tarde', mas sentirão saudades, dependendo de quem for o substituto. As vaciladas do Fla em 2008 se devem muito mais ao humor dos atletas do que ao trabalho do treinador. Se a era do chinelinho deu uma trégua na Gávea, a do salto alto chegou com tudo.

Foto: Marcia Feitosa/Fotocom.net

30 de nov. de 2008

brasileirão 2008

Hexa: não foi hoje!
E talvez não seja mais...


Nenhum menosprezo ao Fluminense, vice-campeão da América. Mas poucos imaginaram que os tricolores do Rio fossem engrossar tanto. O primeiro tempo foi de pressão para cima de Rogério Ceni. No segundo, o São Paulo, depois de sofrer o gol, acordou, mas o ataque - principalmente Dagoberto - não estava inspirado.

Agora, todos os olhos se voltam para o Goiás, que foi buscar o empate contra o Flamengo depois de começar perdendo de 3 a 0 - esse resultado no Maracanã afasta ainda mais o Rubro-Negro da Libertadores. Uma vitória dos goianos sobre o São Paulo - que só precisa de um empate - não será nada anormal. Assim como um triunfo do Grêmio sobre o Atlético-MG, no Olímpico.

Para um campeonato tão emocionante, um ótimo final. Ah! Nem sou muito bom nisso, mas acertei os empates de Flamengo e Palmeiras e a óbvia vitória do Grêmio - e errei sobre Cruzeiro e São Paulo. Lamento pela Lusa. O Vasco ainda cai. E o Ipatinga já vai tarde - afundar-se na Segundona do Estadual de MG também.

Arte sobre foto de Thiago Prado Neris/TV Globo

brasileirão 2008

São Paulo hexa: é hoje?












Tudo leva a crer que sim. Lembro de assistir Muricy contando, em entrevista após o penta, que 'obrigou' seus atletas a vencerem o jogo-chave contra o Cruzeiro, então vice-líder, no segundo turno do Brasileirão-07. Preleção semelhante deve ocorrer hoje, contra o Flu, para garantir o título diante da torcida. E se já não faltava motivação, o falecimento do ex-presidente Marcelo Portugal Gouveia na noite de ontem é mais um elemento para os jogadores se dedicarem em campo para homenageá-lo.

Nos outros jogos decisivos, dá Grêmio fácil contra o Ipatinga e o Cruzeiro supera os reservas do Inter. O Flamengo, apesar do Maracanã, vive dias nebulosos e desconfio de um empate. Mesmo resultado que deve ocorrer no Barradão, entre Palmeiras e Vitória. Vagas da Libertadores definidas só na última rodada.

Arte sobre fotos de divulgação (Vipcomm)

29 de nov. de 2008

craques 90 aos montes!

Showbol é bom pra memória

Eu não gosto desse negócio de bate-volta na parede. Parece que os ex-craques estão enjaulados. Mas que é muito bom recordar, ver figuras como Ayupe, Tinho, Renato (Laércio, Carioca), Nélio, Lira, Andrei, Ivan, Macedo... Ainda tem feras como Juninho Paulista, Djalminha e Donizete Pantera.

Entretanto, o comentarista da Sportv perde tempo falando em tom sério a postura dos times, a tática, etc. Melhor seria lembra que fulano jogou aqui e ali, fez gol decisivo naquele campeonato. E o canal poderia resgatar imagens desses caras quando a bola estiver parada. Vale assistir, enfim.

vasco: novo uniforme, parte 2

Ah, bom...

O Vasco divulgou as camisas 1 e 2 para a temporada 2009. Ué, já não o havia feito? (Confira alguns posts abaixo). Mas a chiadeira dos cruzmaltinos foi tanta que o presidente Roberto Dinamite alegou serem aqueles os uniformes 3 e 4. Tá... De qualquer forma, em tempos de marketing, fez barulho, mesmo que na hora errada.

Eu havia pegado no pé da fornecedora Champs, por sua pouca representatividade, mas parece que a empresa veio com tudo. Em entrevista à Máquina do Esporte, a proprietária, Mari Leandrini, revelou a ambição de ser a líder no mercado brasileiro (que tem Penalty, Topper, Olympikus, etc) em cinco anos. O Vasco é a aposta inicial, investimento de R$ 23 milhões por um contrato de três anos. Curioso foi ela, a certa altura, sem o repórter Gustavo Franceschini citar a Série B, soltar essa: "O Vasco é um grande clube e em qualquer divisão ele vai alavancar as vendas" - e finalizou dizendo estar torcendo contra a degola.

Assunto camisa resolvido (inclusive com as estrelas de volta sobre a cruz-de-malta), foco total em Curitiba. Keirrison ou milagre?

Imagem: Divulgação

28 de nov. de 2008

time imaginário: laterais-direitos

Onze camisas 2















Mais um da série Time Imaginário, agora com os laterais-direitos que se espalharam pelo campo - exceção feita ao atacante que quebrou galho na ala e ao hoje lateral que é ex-volante.

Rogério Ceni: é sempre o coringa nessas ocasiões e, talvez, até se desse bem de lateral-direito mestre na bola parada, como Paulo Roberto, Anderson Lima, Arce, Edson Boaro, Nelinho, etc...
Carlinhos Bala: se o time é dos laterais que mudaram de posição, eis um que virou lateral, quando Nelsinho Batista precisou que ele corresse muito pela beirada da Ilha do Retiro.
Leandro: o eterno camisa 2 da Gávea, ao ver o jovem Jorginho arrepiando na base, olhou para seu joelho cansado e pediu para jogar na zaga. E deu conta do recado - campeão estadual (1986) e nacional (1987).
Panucci: em tempos da famosa linha de quatro européia, já nem sei mais onde joga. Mas é ótima opção no miolo da defesa.
Júnior: o maestro, como sabem, começou no Mengo na direita, até trocar de lado e virar lenda.
Jorginho: quando voltou ao Brasil no fim da década de 90, tornou-se volante no São Paulo e continuou assim no Vasco. O antes disciplinando lateral virou uma máquina de bater...
Belletti: campeão do mundo em 2002 como lateral, aqui neste campo volta a sua posição de origem, como foi revelado no Cruzeiro.
Alessandro: não à toa deram a camisa 5 do Corinthians para ele, pois Mano Menezes o utilizou muito no meio-campo. Acabou voltando para sua posição de origem.
Mazinho: surgiu como lateral-esquerdo no Vasco, mas fez fama na direita e, por fim, foi campeão do mundo em 1994 tomando a posição de Raí na armação das jogadas.
Mancini: o mais notório lateral que arrebentou em outra posição. Hoje, cai é pela esquerda, como ponta, dribla e faz gols pela Internazionale - depois de chamar a atenção na Roma.
Paulo Baier: goleador tem que jogar na frente, certo? Ele é simplesmente o artilheiro da era dos pontos corridos do Brasileirão.
Técnico: Nelsinho Batista, afinal, quando jogador era lateral-direito.

de prima

Rubro-negros: chororô e golaço

Rapidinho, duas notinhas:

- Já encheu o assunto pênalti em Tardelli. O Flamengo está desviando o foco. Não foi a suposta penalidade - pra mim não foi - que tirou o título ou a vaga na Libertadores. Foram as derrotas para Vitória e Atlético-MG e o empate com a Portuguesa no Maracanã. Piores somos nós, imprensa, que damos eco a essa besteira só porque o Rubro-Negro carioca dá audiência.

- Já postei que acredito em Ronaldinho. Ele continua enganando bem com a bola rolando, correndo pouco, arrancadas zero. Mas, mesmo assim, fazendo seu gols. Impecável na bola parada, inclusive. Só os diferenciados têm essa sobrevida durante má fase. Continuo batendo palmas para o dentucinho do Rubro-Negro italiano.

27 de nov. de 2008

sul-americana: inter quase

Boa, Colorado!

Vale grana, vale taça, vale por bater argentinos, inclusive o Boca! O Internacional, último clube brasileiro a ser campeão continental e mundial, está a um empate de ganhar a Copa Sul-Americana. Tomara que inaugure uma nova era, em que os nossos clubes passem a valorizar a competição, mesmo sendo a de segundo peso na América do Sul. Ou a Copa Uefa não vale nada?

E não me venham com o argumento-Luxemburgo de que não classifica para nada - lembro-me que a antiga Supercopa também não dava vaga para nada, na década de 90, e Cruzeiro (duas vezes), São Paulo (uma vez) e Flamengo (dois vices) davam muita importância ao torneio. Na época, ainda havia uma terceira competição, a Copa Conmebol - Atlético-MG (duas e um vice), Botafogo e Santos (duas) suaram sangue e enfrentaram catimbas para levar esse troféu para casa. Fora Copa Master, Recopa...

O Inter encarou a competição - ok, perdeu fôlego no Brasileiro e priorizou, mas não perde o elogio por isso - e se comportou como campeão do mundo que é em gramados argentinos. De quebra, derrubou o rival Grêmio na campanha. Daqui dez anos, ninguém vai se lembrar se foi time reserva ou não, apenas lerá o resultado nos arquivos.

E eu que esperava que o hermano Guiñazu seria a experiência e catimba. Foi expulso a 25 minutos de jogo e os colegas se desdobraram para buscar - e manter - a vitória. Coube a Lauro simular cãibra nos descontos. D´Alessandro continua bem, Alex idem. Semana que vem, meu plantão não vai ser em vão.

Site do diário argentino Olé!, logo após a partida: leões do Estudiantes encurralados em casa. Imprensa argentina joga junto e já fala em revanche quarta que vem (Imagem: reprodução)

26 de nov. de 2008

entrevista: edu dracena

Zagueiro do Fener fala do Galinho

Ainda sobre a material que produzimos sobre o Zico, o zagueiro Edu Dracena enviou seu relato sobre o treinador, com quem chegou às quartas-de-final da Champions League. Infelizmente, a resposta não veio a tempo de ser publicada na revista. Mas, ele foi tão solícito em meio à correria da temporada, que publico aqui sua relevante opinião sobre o atual técnico do Bunyodkor:

"Para mim é uma alegria enorme falar do Zico. Nestes dois anos que tive a oportunidade de trabalhar com o Zico, aprendi muito. O Zico me deu alguns toques de como encontrar os atalhos para encurtar os espaços dentro do campo, e passou toda sua experiência que adquiriu jogando, só que agora como treinador. Com o nosso time, em dois anos sobre o seu comando, ganhou o título da Liga Turca no ano do centenário do clube, ganhou uma Supercopa da Turquia e levou o time ao feito inédito de chegar às quartas-de-final da Champions. Foram dois anos que trabalhamos muitos felizes e obtivemos maravilhosos resultados. Só tenho que agradecer ao Zico e ao Eduzinho, seu irmão, por ter trabalhado esse tempo. Já estamos sentindo saudades. Tenho certeza que o Zico vai ser uns dos grandes treinadores do mundo, em pouco tempo."

Foto: reprodução site oficial Edu Dracena

brasileirão 2008: sua seleção

Escale seu time do campeonato

Pode ser no 4-4-2 ou no 3-5-2, depois eu banco o 'professor' e arrumo as feras mais votadas. Publicarei o time escolhido pelos leitores depois que o Brasileirão acabar.

Cornete aí!

25 de nov. de 2008

brasileirão 2008

Taça no Bezerrão

- A CBF confirmou que a partida entre Goiás e São Paulo, pela última rodada, será no Bezerrão, em Gama, mesmo estádio do amistoso entre Brasil e Portugal. Se o Tricolor já chegar lá campeão, ergue a taça no palco candango, para delírio do governo do Distrito Federal. Tal decisão agradou também o time do Morumbi, por jogar em um palco com boa grama e conforto. O Goiás, que perdeu o mando de campo, só irá se pronunciar depois do julgamento do efeito suspensivo.

- A iminência do título tricolor é tanta que o discurso gremista já é confirmar vaga na Libertadores. Lembrando: só os gaúchos podem tirar o caneco do Morumbi. 'Basta' o São Paulo perder para Fluminense e Goiás e o Grêmio bater Ipatinga, fora, e Atlético-MG, em casa. Impossível não é. Mas a turma de Muricy vai comer grama, se preciso, domingo no Morumbi.

- Com a suspensão de Kléber Pereira (dois jogos), o caminho está aberto para o coxa-branca Keirrison tornar-se o artilheiro do Brasileirão. Domingo, no Couto Pereira, pega o Vasco, coitado...

Foto: reprodução GloboEsporte.com (Thiago Lavinas)

24 de nov. de 2008

vasco: novo uniforme

Camisa de segunda

Não haveria hora mais imprópria para anunciar novo uniforme. Mas, segundo o GloboEsporte.com, a notícia vazou e o Vasco foi obrigado a mostrar os designs aprovados. Eu havia mesmo estranhado a ausência de fotos de divulgação do Vasco na agência Vipcomm, que tem a Reebok, atual fornecedora dos cruzmaltinos, como cliente.

O certo é que, às vésperas de cair para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, o que aparentemente ajudaria a desviar o foco da crise, revela uma tendência: o uniforme combina com a Série B. Com todo respeito à fornecedora Champs, o clube mais famoso que ela veste é o Bragantino. E as camisas, tanto titular quanto reserva, fogem completamente das tradições de São Januário. Não sou contra inovações, mas pelo menos um dos mantos tem que ser tradicional - o Corinthians fez o mesmo: camisas um e dois não são as tradicionais.

Além do mais, arrancaram duas das oito estrelas - provocação a Eurico? - que deixam de figurar sobre a cruz-de-malta e vão para a nuca! Enfim, pior do que a nova roupa vascaína, só aquela época sem fornecedor, nos idos de 2001.

Ainda nesta segunda, Renato Gaúcho já convocou Jesus Cristo para salvar o clube da degola. Ele já jogou a toalha.

Imagens: Divulgação site oficial do Vasco

23 de nov. de 2008

brasileirão 2008

Hexa: contagem regressiva

Já era. O São Paulo será hexacampeão brasileiro. O primeiro a ganhar três vezes seguidas. Há algumas semanas, quando a maioria dos cronistas do diário Lance! apontou Palmeiras favorito, disseram que o principal motivo era seu treinador. Pois, treinador que tem dez dedos de mérito na taça é Muricy Ramalho. No início do ano, para jogar em função de Adriano e Fábio Santos, montou um time equivocado, com Richarlyson na ala, Jorge Wagner sobrecarregado na armação, indefinição entre o 4-4-2 e o 3-5-2. Acabou encontrando as peças certas, acreditando em Hugo e Dagoberto e, pra variar, revelando jogador - depois de Breno, o jovem craque da vez é o volante Jean. Depois de iniciar o segundo turno 11 pontos atrás do Grêmio, o São Paulo chegou. Não dá para questionar. Só resta a todos aplaudir.

- O Flamengo chegou à 36ª rodada como melhor desempenho fora de casa exatamente pelo fato de jogar aberto, ofensivo, na casa do adversário. Mas isso lhe custou a derrota de hoje. Assim, começou o domingo com chances de título e terminou fora do G4.

- Nenhuma surpresa o Palmeiras ganhar, nem o Vitória bater o Grêmio na Bahia - assustou foi o ferrolho tricolor sofrer goleada.

- Imaginei que o Vasco, desesperado, fosse vencer o São Paulo e ajudar a embolar o campeonato na reta final. Mas o time é muito fraco. Só lamento que Eurico Miranda vai se gabar de que teria salvo time e que Roberto Dinamite vai carregar essa mancha em sua gloriosa trajetória cruzmaltina. Sim, porque o Vasco já era. Cairá na próxima rodada.

Foto: Daniel Zappe/Vipcomm

22 de nov. de 2008

balanço segundona

Onze motivos para o Corinthians comemorar

Não preciso nem esperar o jogo do Timão, contra o Avaí, acabar. A tarefa da Série B já foi cumprida há algumas semanas. O corintiano pode (e deve) vibrar bastante com o ano de 2008. Para quem duvida, onze bons motivos - inclusive para acreditar em um 2009 competitivo:

1
O treinador é bom. Transformou uma salada de contratações em um time que todos decoraram a escalação titular. Mano Menezes, além disso, não ficou cavando uma vaguinha midiática entre os treinadores top. Sabe que ainda tem a evoluir.

5 A impressão é de que esse time não passaria vergonha na Série A. Brigaria pela Sul-Americana, pelo menos. Talvez Alessandro e Herrera não continuem titulares em 2009, mas serão peças importantíssimas. André Santos e Douglas precisam confirmar, na elite, tamanha badalação - aposto mais no camisa 10.

3 Se não encheu tanto os bolsos quanto imaginava, pelo menos o Corinthians deu uma chacoalhada no marketing do futebol brasileiro, antes exclusividade do São Paulo. Kit 'antiabandono', camisa roxa, animadoras de torcida gostosas, foto do doente no manto, livro de fotos...

4 A zaga alvinegra não fica devendo muito às defesas de Grêmio e São Paulo. Chicão e o capitão William são firmes, têm personalidade. De quebra, o primeiro é goleador.

27 Depois da enésima tentativa frustrada de dar início à construção de uma nova arena, o clube começa a se dar conta que a casa corintiana é, e sempre será, o Pacaembu. Pode chamar de seu. O estádio transpira Timão.

6 Se a situação política ainda não é tão transparente quanto prometeu a diretoria, pelo menos vivemos um momento em que a imprensa pode atuar. Freqüentemente, Folha, Estado e Diário publicam notas sobre as contradições e bastidores do poder alvinegro.

7 O quarteto do meio-campo do Corinthians veio chegando, a conta-gotas, durante o ano e se entrosaram de forma impressionante. Elias, principalmente, joga muito.

10 É sempre bom lembrar que a mídia viu-se obrigada a dividir as atenções da Série A com a Segundona. As passagens recentes de Palmeiras, Botafogo, Grêmio e Atlético-MG pelo purgatório não fizeram tanto barulho quanto agora - a ponto de a Globo reservar o sábado à tarde para o Timão.

9 Convenhamos, passar um ano calmo - apesar de o sofrimento ser o combustível do torcedor - poupou os corações corintianos. Para não dizer que foi totalmente sossegado, a derrota na Copa do Brasil...

31 Essa, eu, como jornalista, não curto muito, mas o torcedor /espectador não tem nada com isso. Nenhum outro time tem tantos comentaristas declarados como o Corinthians. O que deixa as mesas-redondas chatas - para os outros, não para os fiéis.

17 O principal motivo a comemorar é que o clube tem chance, estando na Série A - se não der de novo na Copa do Brasil - de conquistar uma vaga para disputar a Libertadores no ano do centenário, em 2010.

Nota do ridículo
Reportar violência é propagar violência, mas não dá para deixar de comentar a troca de socos em campo, durante o segundo tempo contra o Avaí - os brigões corintianos foram ovacionados pela torcida. Podiam passar sem essa. Encerramento do belo ano corintiano com chave de lata.

Nota do relógio: este horário abaixo foi 'pau' da net. Postei por volta das 17h40.

Fotos: reprodução NikeFutebol.com

21 de nov. de 2008

a bola: talento é aqui!

Pra quem acha que não há talento por aqui

Meu colega David Cintra me alertou sobre a carta que o zagueiro Alex Silva, hoje no Hamburgo, da Alemanha, escreveu para os ex-colegas de São Paulo, incentivando-os rumo ao hexa. A certa altura, ele conta para os amigos a baba que encontrou em seu novo lar:

"Aqui, o futebol é tão fácil que estou jogando de volante e eles me acham craque. De vez em quando, abaixo a cabeça e dou aquelas arrancadas, a torcida vai ao delírio!"

O mesmo futebol europeu onde Betão está ganhando elogios jogando de lateral-direito na Ucrânia, Bordon fez sucesso na Alemanha, Doni é titular da Roma, Pena foi goleador no Porto, Jô é badalado na Inglaterra, e tantos outros etc. Todos bons jogadores, mas que aqui, no exigente futebol brasileiro, pastaram.

Futebol europeu bom se resume aos quatro grandes da Inglaterra, os dois da Espanha, mais um ou dois alemães e quatro italianos. Times que ralariam pra ganhar o Brasileirão. O resto, seria rebaixado para a Série B se jogasse aqui. Ponto final.

Foto: reprodução NikeFutebol.com

entrevista: richarlyson

Quando ainda era titular

O camisa 20 do São Paulo está em período recluso, evitando a imprensa, conforme conta a boa matéria de Jorge Corrêa, publicada hoje no Pelé.net, que emerge Richarlyson do ostracismo -- mal em 2008 após um brilhante (e turbulento) ano de 2007. Então, é boa hora para eu resgatar entrevista que gravei com ele em novembro do ano passado -- apenas declarações que sobreviveram ao tempo, claro. Papo tranqüilo, sobre futebol. Já àquela altura, o assunto homossexualidade estava saturado, pois penso que sua intimidade interessa tão pouco quanto a de qualquer outro boleiro. Torço para que ele dê a volta por cima, pois futebol tem. Que o jogador de carrinhos violentos e vislumbrado com a convocação para a Seleção fique no passado.

Origem
"Nasci em Natal, mas com dois meses vim para Bauru. Passei praticamente toda a minha infância aqui – a não ser quando meu pai, por ser jogador, viajava para alguns clubes fora do país ou mesmo em outros Estados mais distantes. A família toda o acompanhava. Meu pai [Lela, ex-atacante, campeão brasileiro pelo Coritiba em 1985] jogou na Udinese, da Itália, e no Standard Liege, da Bélgica. Nessas duas vezes, a família foi."

Estilo de jogo do pai
"Meu pai era um jogador de muita habilidade, que protegia bem a bola, por ter bom porte físico. Era matador, tinha faro de gol. Essas características eu não tenho. Sou mais polivalente, me movimento bastante, marco bem, tenho impulsão boa e um chute até certo ponto bom de perna esquerda. As características do meu pai ficaram mais para o meu irmão [Alecsandro, ex-atacante do Cruzeiro, que está nos Emirados Árabes]."

Experiência no exterior
"Eu estive na Áustria [Red Bull Salzburg]. É um futebol que não é visado, mas em termos de estrutura e profissionalismo eles estão bem na frente. Mas em termos de projeção de futuro, o Brasil é sempre a melhor opção."

Problemas no Santo André (lá foi campeão da Copa SP de Juniores em 2003)
"Minha trajetória no Santo André foi um pouco conturbada. Eu cheguei para jogar no profissional, disputamos em 2002 a Copa Federação Paulista e eu não fui bem. Como eu tinha idade para jogar a Copa São Paulo, a diretoria me obrigou a disputá-la. Acho que eles não acreditavam que eu poderia vingar. Cheguei no júnior com status, para resolver, por ser o único que atuava no profissional. E deu certo. Coloquei na cabeça que era meu último ano de júnior e o pessoal estava desacreditado, era tudo ou nada. A partir daí, tudo voltou ao normal, passaram a acreditar no meu futebol. Mas nunca pensei que ia chegar num clube grande. Eu tinha o objetivo, mas não esperava, ainda mais da forma como foi. Em 2005, após disputar uma Libertadores com o Santo André, pude escolher o clube onde iria jogar. Aconteceu tudo muito rápido."

De meia para volante
"Joguei apenas umas três partidas como volante no Fortaleza [em 2004], com o Márcio Araújo, treinador na época. Mas ele preferia que eu jogasse mais avançado. Mas foi quando o Mineiro saiu é que surgiu a oportunidade. O Souza foi tentado na vaga, não deu certo, e não havia outro volante. O Muricy tentou comigo e deu certo."

Muricy
"Com os jogadores ele não é ranzinza, a não ser na hora do jogo, o que eu acho certo, é o trabalho dele. Ele tem que dar o melhor. Ele pensa que tem que agir daquela forma e nós jogadores assimilamos, tanto que fomos campeões brasileiros. Mas ele conversa e brinca na hora certa. É um profissional maravilhoso e fora da profissão e o admiro também."

Dupla com Hernanes em 2007
"Quando o Mineiro saiu, depois o Josué, houve um questionamento que o São Paulo tinha que contratar um volante urgente. Eu também achava! Eu e o Hernanes estávamos quebrando o galho e o elenco precisava de jogadores naquela posição. Mas eu sempre acreditei no meu trabalho, no meu potencial. Esse preparo que eu tive, não só dentro de campo, mas também psicológico, de querer sempre vencer, vai me ajudar a chegar onde eu quero."

Faculdade de Educação Física
"Nas folgas, tenho que saber que alguns exercícios vão trazer fadiga muscular. Quando eu não fazia faculdade, eu não sabia que isso poderia se tornar prejudicial para o meu trabalho. Quando o Carlinhos Neves, nosso preparador, passa algum alongamento ou uma movimentação pós-jogo, eu pergunto o porquê daquilo."

Carreira pós-futebol
"Após ser jogador, pretendo entrar na área de fitness, abrir uma megaestrutura com academia e locais para estética e reabilitação esportiva. Mas é um projeto a longo prazo, penso em jogar muito tempo ainda. Quando acabar a carreira, penso nesse projeto. Nada de ser treinador, nem preparador físico! Deixo para outras pessoas, não tenho a mínima vontade de ser."

Foto em campo: Divulgação Vipcomm
Foto com a mãe, Maria de Lourdes, e o pai, Lela: Fernando BH
 
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