24 de fev. de 2009

crise na gávea

Flamengo em apuros

O bom início de ano, contra os nanicos do Rio, foi enganador para o Flamengo. Perder para o Resende ajudou o clube a cair na real. Por falar em real, estima-se que a falta de grana atrapalhou. Afinal, salários e luvas atrasados é fato comum na Gávea e por mais comprometidos que estivessem os jogadores, a motivação não está de bolso cheio... Ou o lateral Juan reclamaria da corrida de 40 minutos estivesse com os vencimentos em dia? (foto)

Minha sugestão será ofensiva e humilhante para muitos torcedores, mas parece não ter outro jeito: os endividados têm que fazer um estágio com os clubes que pagam pontualmente. Aprender o que, em tese, não deveria ter segredo. Mas, se político honesto no Brasil é espécie em extinção, cartola competente idem.

Foto: reprodução GloboEsporte.com/Sportv

21 de fev. de 2009

carnaval

Sabadão animado

Ainda não descobri porque só Santos e Botafogo-SP jogam no domingo. O certo é que o sábado foi movimentado. Palmeiras e Cruzeiro perderam a condição de 100% - aqui o clichê vale porque foram várias rodadas. Se o Verdão empatou com a cada vez melhor Portuguesa, a Raposa, de mistão, ficou no 2 a 2 com o modesto Uberaba, que soube pressionar jogando em casa.

Assisti de rabo de olho o jogo do Corinthians. Souza continua devendo, assim como Douglas. E os dois gols de Elias só comprovam que ele é o cara da meiuca alvinegra.

Barueri e São Paulo vi na íntegra e enquanto digito ouço a coletiva de Muricy Ramalho. O rodízio do treinador tem dado trevo nos adversários, nos cronistas e até nos jogadores! Jorge Wagner entrou e resolveu o jogo. É intocável no time, como Ceni, André Dias, Miranda, Jean, Hernanes e Borges. O resto tem que pedalar.

E o Flamengo... Não vi o jogo, claro, estou em outro Estado e não tenho PFC. Mas imagino que tenha sido aquele tipo de partida que, quando o clube grande acordou, já era. O Rubro-Negro terá que ralar na Taça Rio para brigar pelo penta-tri.

Foto: Divulgação Vipcomm

20 de fev. de 2009

ana do papai

De volta!!!

Não no ritmo desejado, talvez sem fotos e fotomontagens no início, mas com o coração cheio de entusiasmo.

Pra (re)começar:

- a licença paternidade me poupou de comentar a violência no Morumbi. O tema torcida organizada me irrita. Não gosto de falar de um cara de gorro que pula o jogo inteiro, mas nem sabe a escalação do time. É claro que estou generalizando, mas esse estereótipo existe aos montes nos estádios brasileiros.

- apesar de a LDU ser encardida, Palmeiras e Sport vão adiante no Grupo 1 da Libertadores. O Leão da Ilha será como o Goiás de 2006, encantará na primeira fase e sucumbirá no mata-mata.

- o único erro permitido a Roberto Dinamite na presidência do Vasco era a inexperiência - como exemplo a ingenuidade de escalar jogador não publicado no BID. Mas suspeita de corrupção?!

- verdade seja dita: Rogério Ceni faz mais falta ao São Paulo hoje pela liderança, não pelo futebol. Ele continua excelente, mas Bosco é seguro e Jorge Wagner arrebenta na bola parada.

12 de fev. de 2009

pausa pra ser feliz

Não me abandonem...

O afastamento temporário é mais do que justificável. Minha filha nasce nesta sexta-feira. Tenho me esforçado para manter o blog atualizado e talvez por isso eu tenha conseguido manter a média de 20 visitas por dia - uma merreca no mundo virtual, mas cada leitor é único e especial.

Volto já.

11 de fev. de 2009

novo uniforme do grêmio

Manto imortal

O Grêmio tem roupa nova para a temporada. E pode dar sorte, afinal, pois resgatou o tom celeste com que ganhou a Libertadores 1995, o Brasileirão 1996 e a Copa do Brasil 1997. Além de um simpático uniforme 2 com listras horizontais em branco e azul. A Puma foi feliz também na roupa do goleiro, um dourado que lembra taça, medalha, estrela.

Estiloso, o Tricolor, para brigar pela América.

Em tempo: não havia comentado os uniformes de Inter e Cruzeiro - iguais, por sinal, só mudando de cor. A Reebok mandou bem na limpeza dos modelos e o número no peito ficou bacana. Enquanto isso, o Flamengo continua malvestido de Fred Krueger.

Foto: divulgação

10 de fev. de 2009

ah, dunga!

Emprego mais que garantido

A foto merecia ser de Robinho e Elano, protagonistas do jogo. Mas Dunga, pressionado pelo desemprego de Felipão na véspera, deu a resposta mais uma vez. É impressionante como a Seleção joga bem cada vez que seu treinador está na berlinda.

Não gostei da escalação de Felipe Melo, algo exagerado quando sabemos que Lucas também atua no futebol europeu. Mas Elano é mérito todo de Dunga. É titular de quase todo o 'mandato' do treinador e vem correspondendo. Joga solto, feliz, determinado. Robinho, o outro ícone dessa era, só ficou fora de um jogo. É titular absoluto e merece a confiança.

Sobre Felipão, fico com o colega Cosme Rímoli. Em seu blog no Uol, fez ótima conjectura sobre o afastamento de Scolari e Ricardo Teixeira.

Aproveitando: de olho no jogo, no trabalho, surgiu a discussão pró e contra Robinho. Uns o acham bad boy, inconstante. Outros, como eu, aplaudem a arte, a molecagem. Ele não frequenta minha casa, pouco me interessa sua vida extracampo. Para evitar contradição, lembro que há dias postei que ele precisa se cuidar para não deixar os polêmicos tabloides ingleses destruírem sua carreira. Isto é, para continuar fazendo jogadas como as de hoje. E o que foi aquela tabela com o Ronaldinho?! Viva o futebol brasileiro!!!

Foto: reprodução GloboEsporte.com (EFE)

bye, bye, phill

Sem emprego, mas R$ 25 milhões mais rico

Segundo o jornal inglês Daily Mirror, a compensação financeira pela quebra do contrato de três anos do Chelsea com Luiz Felipe Scolari rendeu ao treinador brasileiro 7,5 milhões de libras (cerca de R$ 25 milhões).

Cronistas já especulam a dificuldade da língua como grande empecilho no trabalho de Felipão, reconhecidamente bom de papo para formar suas "famílias". De qualquer forma, foi pioneiro na Inglaterra e tem mercado na Europa. Dificilmente volta ao Brasil nesse momento, ainda mais com o padrão salarial que alcançou (vide indenização).

Numa dessas, Zico, que não se acanha em contar com tradutores, levou o Japão a uma Copa do Mundo, classificou os turcos do Fenerbahçe para as quartas-de-final de uma Champions, ganhou títulos inéditos no Uzbequistão e hoje está no maior clube russo. Comendo pelas beiradas do Velho Mundo, o Galinho vai subindo degraus.

Foto: reprodução Daily Mirror

9 de fev. de 2009

constatações

Eles estão muito bem

Algumas rodadas depois, já dá para comemorar bons nomes do início da temporada. Uns repetindo o ótimo 2008, outros se recuperando, outros, ainda, surpreendendo:

HERNANES: é o melhor jogador em atividade no Brasil. No nível dele, na meiuca, Ramires também continua jogando o fino. E está cheio de personalidade. Perguntado se o gol no Botafogo-SP foi o mais bonito de sua carreira, disse que "por enquanto é". Mandou bem.

RICHARLYSON: se jogar o arroz-com-feijão desse início de temporada, não há como Muricy tirá-lo do time titular. Tem impulsão impressionante para cortar de cabeça os lançamentos pelo alto, é bom marcador e recuperou a qualidade no passe. Excelente volante pela esquerda, melhor ainda como terceiro zagueiro. Só não pode atuar na ala.

VICTOR SIMÕES: gosto muito de ver centroavante canhoto. E que canhota! Todos esperam que Reinaldo arrebente e é o camisa 9 no Fogão que balança as redes. De muito vigor físico, pode ser uma das gratas surpresas de 2009.

PALMEIRAS: para os que desconfiam que Luxemburgo tem ciúme da badalação sobre Muricy, parece que ele está dando a resposta. Afinal, todas as contratações, que se encaixaram perfeitamente no time, têm seu envolvimento. O Verdão está jogando fácil, veloz. Marquinhos corre mais que Kléber Gladiador. Pablo Armero ganha fácil de Leandro na corrida. A versão 2009 trucidaria o campeão paulista de 2008. Principalmente porque tem Keirrison.

7 de fev. de 2009

dupla ro-ro

Abstenho

O programa Esporte Espetacular, da TV Globo, está fazendo enquete sobre quem é (foi) melhor: Romário ou Ronaldo. Sou fã do Baixinho, mas respeito demais o Fenômeno. Então, minha opinião está contaminada. Como deverá estar a da maioria. Concluindo: a votação não é sobre habilidade no futebol, mas para ver quem tem mais fãs.

Fotomontagem: reprodução Globo.Esporte.com

4 de fev. de 2009

rabugento

Entendo Muricy, mas não aprovo

Não é necessário repercutir o fato. Todos souberam do show de mau humor de Muricy Ramalho após a derrota do São Paulo para o Santo André.

Eu o entendo. Melhor treinador do Brasil hoje, está num nível de compreensão do que o cerca que sabe que nós da imprensa esportiva seguimos um ritual cíclico. Ganha, é exaltado. Ele, especialmente, foi o xodó em dezembro e aproveitou-se da superexposição. Repetiu todas as respostas das entrevistas do penta, um ano depois, e todos publicamos como se fosse inédito. "Aqui é trabalho, meu filho", "Jogador do São Paulo não precisa de motivação, mas de cobrança", e por aí vai...

Entendo, mas não aprovo. Se Muricy sabe jogar o jogo da imprensa na alegria, deveria saber na tristeza também. Da mesma forma que é exaltado na vitória, precisa explicar a derrota, por mais óbvia que ela seja - isto é, um time jogou melhor do que o outro. Um torcedor do São Paulo não consegue enxergar que o pequeno Santo André jogou melhor - nunca enxergará. Se ele diz que jogador de time grande precisa saber lidar com pressão (porque ganha bem, come bem, tem estrutura), tanto mais seu treinador.

Foto: Wander Roberto/Vipcomm

2 de fev. de 2009

craque 90: renato gaúcho

De ponta a ponta

Já que vou falar dos anos 1990, permitam-me deixar de fora o glorioso período da carreira do ponta-direita Renato Gaúcho, que na década anterior conquistou a América e o mundo com o Grêmio e arrepiou pelo Flamengo, principalmente no Brasileiro de 1987 - a controversa Copa União.

Depois de frustrada passagem pela Roma, o boêmio jogador voltou para os braços do Cristo Redentor, ou melhor, para os braços da mulherada carioca. Não é só o time da capital italiana que traz más lembranças. A Copa do Mundo daquele país, em 1990, ficou marcada por um grupo desunido - e Renato foi um dos que ameaçaram sair no meio da competição por ser pouco aproveitado.

No mesmo ano, ganhou a Copa do Brasil pelo Fla, ao lado do amigo Gaúcho - em uma das fotos ao lado, já jogador do Botafogo. No Alvinegro, chegou como supercraque, mas saiu pela porta dos fundos, com fama de rubro-negro, e foi para o Cruzeiro.

Ao contrário do ponta veloz e diblador do início da carreira, Renato aprendia a jogar mais perto do gol. Dessa forma, brilhou no time celeste na conquista da Supercopa da Libertadores 1992, em saudosa formação ofensiva com Boiadeiro, Betinho e Roberto Gaúcho - um dos melhores times que já vi jogar.

De volta à Gávea, outro timaço: com Gilmar Rinaldi, Marcelinho Carioca e Casagrande, perdeu a Supercopa para o São Paulo nos pênaltis. A exemplo de sua chegada no Botafogo, desembarcou no Atlético-MG, em 1994, como galático. E não só ele. Com os zagueiros Adílson Batista e Kanapkis (seleção do Uruguai), os meias Darci e Neto e ponta Éder Aleixo, formava a 'SeleGalo'. Frustração total: o Cruzeiro do menino Ronaldo ganhou o Estadual.

Aí, veio a redenção, novamente, no Rio. Pelo Flu, o famoso gol de barriga. O fim da fila de nove anos do Tricolor carioca, que renovou com Renato depois de ele posar com a camisa do São Paulo, em 1996.

O fim da carreira, claro, para terminar a década como começou, no Flamengo. De ponta a ponta. Na reserva, entrava e fazia uns golzinhos. Pesadão, divertia-se em apostas com Romário no futevôlei dos treinamentos. Ainda ameaçou uma volta ao Bangu, sem sucesso.

Para quem não viu - e não gosta do jeito falastrão do hoje treinador - ele podia se gabar como jogador. Conhecia o ofício.

Imagens: reprodução

1 de fev. de 2009

copa 2014

Quero ver depois de março

As cidades-sede candidatas estão empenhadas, estendendo o tapete vermelho para a inspeção do pessoal da Fifa, prometendo tudo de bom e do melhor. Espero que tanto empenho continue com toda essa antecedência. Será uma vergonha nossos remendados estádios ganharem seus ajustes às vésperas da Copa das Confederações, em 2013.

Detalhe: acho que é o primeiro Mundial da história que construirá tão poucos estádios.

E ao contrário do que afirmou o presidente da CBF, o dinheiro público vai jorrar na organização. Que seja gasto com racionalidade e traga benefícios pós-Copa. Será que é querer demais?

Imagem: reprodução GloboEsporte.com
 
BlogBlogs.Com.Br