29 de jan. de 2009

resenha

O DVD do Romário

















Comprei. Assisti. A exemplo do filme Pelé Eterno, está longe de estar à altura do personagem em questão, mas vale como documento, ficará bem guardado para relembrar tanto talento daqui alguns anos. O DVD Romário É Gol (Olhar Carioca Filmes, direção de Sidnei Loureiro Jr) reúne mais de 850 gols da carreira de Romário, divididos em blocos pelos clube em que atuou (Valencia-ESP, Miami-EUS, Sydney-AUS e jogos festivos reunidos em 'Outros'). O preço é acessível (paguei R$ 12,90 no Submarino, fora o frete), mas a divulgação tem sido pequena.

Como eu prefiro ouvir a má notícia antes da boa, vamos, primeiro, aos pontos negativos do DVD:
• parece que os gols foram tirados do You Tube, pois a qualidade da imagem da grande maioria deles é muito ruim. Chega a ser tosco 'embaçar' os selos do Sportv no canto da tela.
• a apresentação dos gols fica por conta do filho, Romarinho, e até me surpreendeu, pensei que seria pior. Mas ganharia muito mais credibilidade e dinamismo se feita por alguém do ramo.
• a ideia de trazer convidados (Eri Johnson, Gabriel Pensador, Evandro Mesquita) foi ótima, os caras mandaram bem, mas o texto era fraquinho...

Pontos positivos:
• a participação do parceiro Bebeto, de uma postura sensacional em mostrar seu carinho a Romário, enaltecer seu talento, mas sem esquecer de citar suas próprias virtudes na dupla. Faltou a sensibilidade dos idealizadores de filmar um bate-papo dos dois, finalizado por um abraço.
• apesar da má qualidade das imagens, a pesquisa impressiona pela quantidade de gols na passagem pelo futebol holandês.
• interessantes as intervenções de arte digital sobre os 11 gols preferidos do craque.
• e, claro, quando o Baixinho abre a boca, não tem pra ninguém! Língua afiada, rancor com Parreira e Zagallo, revelações de bastidores e a marra de sempre.

É interessante constatar as diferentes fases do goleador:

• o início no Vasco foi de um Romário veloz, vários gols em arrancadas, driblando o goleiro e já naquela época os biquinhos no canto esquerdo do goleiro.
• na Holanda, deitou e rolou em zagueiros duros, além de abusar do oportunismo dentro da pequena área. Lá, batia pênaltis também.
• no Barcelona, a arte em pessoa. Gols de quem pensa rápido. Finalizações de primeira, chutes por cobertura surpreendendo goleiros, sempre colocado na cara do gol por Laudrup ou Stoichkov.
• no Flamengo, voltou a cobrar (muitos) pênaltis e se consagrou nas fracas defesas dos clubes cariocas. Mas, não deixou de balançar as redes contra os grandes, principalmente sobre seu rival preferido, o Corinthians. Teve lampejos de velocidade.
• a partir do retorno ao Vasco, em 2000, apurou o posicionamento na grande área, para compensar a menor explosão. Preferiu esperar a bola a ir de encontro a ela. Mas sabia exatamente onde ela viria...

Romário tem razão. Papai do Céu olhou pra ele e disse: 'Você é o cara!'. Só esqueceu de completar '... na grande área'.

Imagens: reprodução

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